Os Musicais: 1938 -The Great Waltz ( A Grande Valsa)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

1938 -The Great Waltz ( A Grande Valsa)

"The Great Waltz" - 1938

(A Grande Valsa)

Diretor: Julien Duvivier, Victor Fleming, Josef von Sternberg
Roteiro: Samuel Hoffenstein, Walter Reisch, estória de Gottfried Reinhardt e Vicki Baum
Estúdio: Loew's, Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Produção: Bernard H. Hyman
Escritores: Gottfried Reinhardt (história) , Samuel Hoffenstein (roteiro)
Fotografia: Joseph Ruttenberg
Cinematografia ...Joseph Ruttenberg
Duração: 104 minutos
Ano: 1938
País: EUA
Gênero: Drama / Musical / Romance
Cor: preto e branco
Toscha Seidel .... violino (não creditado): músico

Toscha Seidel , o virtuoso violinista russo, foi contratado especialmente para dublar os solos na trilha sonora de Johann Strauss ( Fernand Gravey ) e começou uma nova carreira trabalhando como mestre de concerto no MGM e outros estúdios.

Personagens: Johann Strauss, Poldi Vogelhuber, Carla Donner
Estrelas: Luise Rainer , Gravey Fernand e Korjus Miliza

Em 1939, ganhou o Oscar de Melhor Cinematografia para Joseph Ruttenberg e foi indicado a Miliza Korjus para Melhor Atriz Coadjuvante e Melhor Montagem para Tom Held.

Elenco: Luise Rainer, Fernand Gravey, Miliza Korjus, Hugh Herbert, Lionel Atwill, Curt Bois, Leonid Kinskey, Al Shean, Minna Gombell, George Houston, Bert Roach, Greta Meyer, Herman Bing, Alma Kruger, Henry Hull

Elenco:
Luise Rainer ... Poldi Vogelhuber
Fernand Gravey ... "Johann" Schani Strauss II
Miliza Korjus ... Carla Donner
Hugh Herbert ... Júlio Hofbauer, editor de música
Lionel Atwill ... Conde Anton "Tony" Hohenfried
Curt Bois ... Kienzl
Leonid Kinskey ... Dudelman
Al Shean ... Violoncelista
Minna Gombell ... Sra. Hofbauer
George Houston ... Fritz Schiller
Bert Roach ... Vogelhuber
Greta Meyer ... Sra. Vogelhuber
Herman Bing ... Otto Dommayer
Alma Kruger ... Mrs. Strauss
Henry Hull ... Imperador Franz Josef

Resumo: "A Grande Valsa" é um musical inspirado na vida do compositor austríaco Johann Strauss, mostrando o sofrimento de sua mulher, Poldi Vogelhuber, quando o marido mantém um longo caso com a cantora de óperas, Carla Donner.

Esta rapsódia cinematográfica dirigida por Julien Duvivier inspirada na vida do compositor erudito Johann Strauss é um grande musical que conta uma incrível história de amor. O figurino e os cenários do filme revivem todo o espírito de uma época (em Viena) e conferem a ela uma fidedignidade incomparável. Música para os ouvidos e deleite para os olhos de toda a família.

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As Músicas do Filme:

"Contos dos Bosques de Viena, Op.325"
Música de Johann Strauss (como Johann Strauss II)
Letras de Oscar Hammerstein II
Cantarolada por Fernand Gravey como está sendo constituída
Cantada por Korjus Miliza
Jogaram como música de fundo muitas vezes

"Virá um tempo"
Música de Johann Strauss (como Johann Strauss II)
Letras de Oscar Hammerstein II
Cantada por Korjus Miliza AT Hohenfried

"Eu estou no amor com Viena"
Música de Johann Strauss (como Johann Strauss II)
Letras de Oscar Hammerstein II
Cantado e dançado pelos patronos da Dommayer's
Reprise no final

"One Day When We Were Young"
Música de Johann Strauss (como Johann Strauss II)
Letras de Oscar Hammerstein II
Cantada por Gravey Fernand
Reprised por Korjus Miliza

"Vida de Artista, Op.316"
Música de Johann Strauss (como Johann Strauss II)
Letras de Oscar Hammerstein II
Tocada durante os créditos de abertura
Jogado no Dommayer de

"Sobre o belo Danúbio Azul, Op.314"
Música de Johann Strauss (como Johann Strauss II)
Letras de Oscar Hammerstein II
Jogaram como música de fundo em que está sendo formado
Cantado por uma multidão de fora do palácio Franz Josef

"Vozes da Primavera"
Música de Johann Strauss (como Johann Strauss II)
Letras de Oscar Hammerstein II

"Du Und Du (Only You)"
Música de Johann Strauss (como Johann Strauss II)
Letras de Oscar Hammerstein II
Cantada por Korjus Miliza e Houston George

"Marcha revolucionária"
Música de Johann Strauss (como Johann Strauss II)
Letras de Oscar Hammerstein II
Cantado pelos revolucionários

"Die Fledermaus (O Morcego)"
Música de Johann Strauss (como Johann Strauss II)
Letras de Oscar Hammerstein II
Cantado na ópera de Miliza Korjus

Este relato fictício da vida de Johann Strauss é realçado por uma das cenas mais requintadas na história musical - longe de ser real, é claro - na qual o compositor e uma diva de ópera são conduzidos pela beleza pastoral da própria cena combinada com a forma tecida na cena musical dos "Conto dos Bosques de Viena" é apenas um dos destaques deste filme encantador.

Baseado, muito vagamente, sobre a vida do compositor Johann Strauss II, o filme A Grande Valsa foi primeiramente uma peça de teatro musical de sucesso , que estreou na Broadway em 1934.

Usando a música de Strauss, com letra de Desmond Carter, a MGM anunciou que eles estavam planejando uma versão cinematográfica de vida Strauss tão cedo quanto possível, pensando em 1935, com Nelson Eddy no papel principal. Depois de muita consideração, finalmente admitiu que o projeto estava a espera de uma boa soprano de ópera apropriada para tal.

Na verdade, as filmagens só começaram em maio de 1938, e novas letras tinham sido encomendadas a Oscar Hammerstein II. O filme foi lançado em 04 de novembro de 1938, tendo sido um sucesso de bilheteria e foi indicado ao Oscar de Edição e Melhor Atriz Coadjuvante (Miliza Korjus) e venceu na categoria Fotografia (José Ruttenberg). O filme foi relançado nos EUA em 1947, e outras reedições semelhantes em toda a Europa no final de 1940 e 1950. Foi um sucesso especial na Austrália, onde ele foi distribuido em Sydney e em Melbourne dois anos após o seu lançamento original.

Num estilo de musical antigo o filme é um romance lindo de se ver com cenas suntuosas e figurinos perfeitamente combinados com a música de Strauss, adaptada por Dimitri Tiomkin, e com os novos números musicais que o filme tomou a liberdade de incluir. A história da vida de Strauss não obedece à verdade, mas a MGM não ia deixar a exatidão histórica ficar no caminho de uma boa e velha brincadeira nos bosques de Viena.

Nascido em uma família musical em Viena, em 1825, Strauss seguiu os passos de seu pai como um compositor de música de dança e operetas, apesar do desejo de seu pai que ele se tornasse um contador bancário. Seus dois irmãos, Edward e Josef, também fizeram um nome como compositores, mas não foram bem sucedidos. Strauss é talvez mais conhecido como "O Rei da Valsa" e é considerado como sendo o grande responsável pela popularização dessa dança em toda a Áustria no século 19.

Luise interpreta o papel inteiramente fictício de 'Poldi Vogelhuber ", a esposa de Strauss, porque na realidade, Strauss casou três vezes, primeiro com a cantora Jetty Treffz (1878), em seguida, com a atriz Angelika Dittrich e, finalmente, com Adele Strauss. Talvez tenha sido necessário alterar estas informações que, dentro de seus três casamentos já teria bastante material para um filme biográfico sensacionalista, mas para sobressair fortemente a personagem de Carla como sendo sua paixão na vida. Strauss morreu de pneumonia em junho de 1899, aos 73 anos.

A MGM tomou liberdades sobre sua vida e a diferiu um pouco dos acontecimentos reais. Aqui no filme, Strauss é um bancário que é despedido depois de ter sido descoberto, enquanto compunha uma valsa no horário de trabalho. Não desanimado, ele usa seu tempo livre para se concentrar na música, com o apoio de sua namorada, Poldi, a filha de um padeiro.

Um dia, enquanto visitava o pai de Poldi na padaria é-lhe oferecido a oportunidade de atuar em uma orquestra com Kienzl, um dos padeiros, que sugere que eles deveriam colocar um show juntos num café local, o Donnmayer's. A orquestra não foi bem recebida pelos clientes do café, mas no entanto quando eles estão prestes a desistir da idéia, duas estrelas do Ópera Imperial, Fritz Schiller e Carla Donner, chegam ao café e pedem para a orquestra tocar para eles. O café é tomado de alegria e logo as pessoas começam a dançar nas ruas, à maneira como eles fazem em musicais. Carla, então, oferece a Strauss um convite para uma festa organizada pelo conde Hohenfried onde ela realiza uma polêmica de valsas.

Mas Strauss sentiu que nem o conde e nem Carla realmente estão levando ele a sério como compositor e que ele está sendo mostrado como um novo brinquedo para divertir seus amigos. Ele deixa o grupo e determina se casar com sua namorada, Poldi, o que ele faz isso logo depois.

Pouco tempo depois, a revolução explode e Johann escreve uma marcha que se torna o hino dos revolucionários. Um dia, os manifestantes começam a cantar a música nas ruas, e eles cercam a carruagem da aristocrata Carla. Assim como a violência está prestes a entrar em erupção, Johann vê o perigo e resgata Carla se distanciando da multidão.

Eles, então, se dirigem através dos Bosques de Viena e Johann é inspirado pelos sons da floresta para compor uma música, que ele e Carla alegremente cantam, compondo a melodia inicial dos "Contos dos Bosque de Viena". Em seguida, são apanhados por uma tempestade e procuram abrigo em uma pequena pousada, onde o proprietário pensa que Carla é a mulher de Johann, dizendo para ela: "deve ser maravilhoso ser a mulher de Johann Strauss." É através das cenas de fugir pelos bosques,onde ele compõe a sua famosa valsa ao longo do caminho, que faz o filme ter um momento mágico e de extrema beleza.

Entretanto, Johann querendo esquecer a paixão por Carla, decide que vai deixar Viena com sua esposa, mas quando ele é contratado para escrever uma ópera para Carla cantar sua decisão muda e eles ficam mais apaixonados ainda um pelo outro.

Poldi, que tem permanecido em silêncio sobre o caso de Carla com o marido não comparece na abertura da ópera. Mas o Conde lhe pede para ir à Opera House para parar com o assunto constrangedor. Diante do sucesso do marido, e ao ver o seu triunfo, ela oferece sacrificar seu casamento, em nome de seu sucesso, para deixá-lo para Carla porque ela não pode inspirá-lo da maneira como ela faz. Carla, no entanto, não pode aceitar isso e sai da vida de Strauss. Nos anos a seguir Strauss alcança a fama mundial e inúmeras honras, com sua esposa a seu lado.

A MGM olhou para as estrelas europeias para dar vida a este filme, o que demonstra uma prova da influência cultural do continente europeu, que é de onde ele traz as três principais estrelas, juntamente com o diretor francês, Julien Duvivier.

Luise teve a insistência dos produtores, pois seu nome ainda era o suficiente para mover uma multidão após seu triunfo de Oscar por duas vezes. Neste filme, no entanto, seu papel foi muito menor do que os anteriores, mas ela ainda mantém o coração do filme e as rédeas em alguns dos excessos com um sutil e perfeito desempenho, que se destaca de forma grandiosa no filme.

Mas a estrela é, inegavelmente, a recém-chegada Miliza Korjus, uma cantora polonesa de ópera popular que, assim como Luise, foi-lhe oferecido um contrato com a MGM. Sua indicação ao Oscar foi um caso raro, pois poucos cantores foram tão honrados pela Academia. Em 1940, pouco antes já estava previsto para começar a filmar o seu segundo filme, baseado na vida do herói popular húngaro Sandor Rosza, ela foi gravemente ferida em um acidente de carro. Sua recuperação, bem como o impacto da Segunda Guerra Mundial, reduziu sua carreira cinematográfica. Ela recuperou o suficiente bastante para retornar aos palcos em 1944 e continuou a fazer aparições em concertos antes de se aposentar do canto em 1952. Ela morreu na Califórnia em agosto de 1980.

No papel de Strauss, o ator belga Fernand Gravet fez sua estréia na MGM, mas ele já era uma estrela de alguns filmes europeus e britânicos, chegando na América em meados de 1930. Ele saiu logo depois de filmar este filme, em 1939, e não fez nenhum outro filme americano por 30 anos, passando anos na guerra e para além da França. Sua voz foi dublada por Earl Covert e Leão Ralph, e o russo virtuoso violinista Toscha Seidel foi contratado para dublar as cenas onde Gravet aparece tocando. Ele era um grande ator de confiança nos recursos europeus e voltou para os EUA em 1966 para participar do filme "Como Roubar um Milhão de Dólares". Morreu em Paris em 1971, com 64 anos.

Luise dá ao filme o seu coração e Poldi é o personagem com quem todos sentem uma identificação e simpatia sem par e mais uma vez ela dá vida a outro personagem estóico que assiste, impotente, como seu marido é levado para longe dela. Sua cena na ópera, onde ela vai aos bastidores para felicitar Strauss e Carla Donner é quase uma repetição de sua famosa cena do 'telefone' em The Great Ziegfeld (1936) de como ela sorri através da sua dor, para em seguida sair correndo para a rua, com lágrimas escorrendo pelo seu rosto. A cena do telefone foi chamada por Jean Cocteau como "conversação ao telefone", que é uma das cenas mais famosas do cinema.

Em 12 de janeiro de 2010, Rainer comemorou seu centenário , em Londres. O ator Sir Ian McKellen foi um dos seus convidados. Durante esse mês, ela esteve presente no British Film Institute numa homenagem a ela no National Film Theatre , onde foi entrevistada por Richard Stirling antes da exibição de "The Good Earth'" e "The Great Waltz". Em abril de 2010 ela voltou para Hollywood para apresentar uma seleção de festival The Good Earth. Rainer tem uma estrela no Hollywood Walk of Fame em 6300 Hollywood Boulevard.

O filme é magistralmente dirigido por Julien Duvivier um dos maiores diretores do cinema francês, com uma carreira que se estende desde o cinema mudo até ao vencedor do prêmio de sucesso no Festival de Veneza (1951). Algumas cenas do filme também foram filmadas pelo diretor austríaco Josef von Sternberg, e Victor Fleming dirigiu as cenas complementares. Von Sternberg, em particular, foi trazido para a produção no final para redirecionar as partes do filme.

Julien Duvivier surpreende pela forma como conduziu a história contando apenas uma semelhança superficial do real Johann Strauss II e da Viena de seu tempo. Ele consegue transmitir a vida de sonho artísitico de Viena, a magia ilusória da cidade, que era a capital musical da Europa e, consequentemente, do mundo e ele fez esse filme dando atenção aos detalhes, e até mesmo aos figurantes que parecem ter sido dirigidos minuciosamente. Infelizmente, Julien Duvivier teve uma carreira breve em Hollywood, pois teve que servir durante a Segunda Guerra Mundial.