terça-feira, 4 de maio de 2010

1930- Monte Carlo (Monte Carlo)

"Monte Carlo" - (1930)
(Monte Carlo)

Dirigido por Ernst Lubitsch
Produzido por Ernst Lubitsch
Escrito por Ernest Vajda
Hans Müller-Einigen
Booth Tarkington
Evelyn Sutherland Greenleaf
Tempo de duração: 90 minutos
Música de W. Franke Harling
Cinematografia Victor Milner
Edição por Merrill G. White
Distribuído por Paramount Pictures
Lançamento data (s) 27 de agosto de 1930
País Estados Unidos

Elenco:
Jack Buchanan ...Conde Rudolph Falliere / Rudy
Jeanette MacDonald ... Condessa Helene Mara
Claud Allister... Princepe Otto Von Liebenheim
ZaSu Pitts ... Bertha, a empregada
Tyler Brooke.. Armando
John Roche... Paulo
Lionel Belmore... Duque Gustav Von Liebenheim
Albert Conti ... Principe Otto Companion
Helen Garden ... Lady Mary
Donald Novis ... Monsieur Beaucaire
Erik Bey ... Lord Windorset
David Percy ... Herald

Monte Carlo é uma comédia musical de 1930 dirigida por Ernst Lubitsch. O filme é estrelado por Jeanette MacDonald como a condessa Helene Mara. O filme também é notável pela música "Beyond the Blue Horizon", que foi escrita para o filme e foi cantada por Jeanette MacDonald. A crítica aclamou o filme como uma obra-prima do gênero musical emergente. O roteiro foi baseado no romance "Monsieur Beaucaire" do escritor Booth Tarkington .

Essa história foi adaptada por diversas vezes. André Messager usou-a como base para uma opereta do mesmo nome em 1919, que lhe deu o nome do romance "Monsieur Beaucaire", que é uma ópera romântica em três atos, cujo libreto, totalmente baseado no romance de 1900 de Booth Tarkington, é de Frederick Lonsdale, com letras de Adrian Ross. A peça estreou no Prince of Wales Theatre, em Birmingham, Inglaterra, em 07 de abril de 1919, antes da abertura no Teatro Prince em Londres, sob a direção de Frank Curzon em abril de 1919.

"Monsieur Beaucaire" também foi produzido na Broadway em 1919-20 com muitos 'revivals' e turnês internacionais. Também deu margens a um filme de 1924 em que Tarkington foi creditado como co-autor do roteiro, estrelado pelo favorito da época o ator Rudolph Valentino. Outro filme foi lançado em 1946 com Bob Hope. Entretanto, de todas as suas adaptações uma delas que teve maior liberdade ao construir a história foi justamente o filme aqui mencionado, Monte Carlo, de 1930, dirigido por Ernst Lubitsch, estrelado por Jeanette MacDonald.

Os primeiros 20 minutos de Monte Carlo são muito divertidos e talvez seja o filme promissor de uma das melhores comédias musicais de Ernst Lubitsch. O filme começa com uma seqüência muito divertida no palácio de um aristocrata bobo, quando um casamento a ser realizado já está desastrosamente errado. Em primeiro lugar, aparece uma chuva repentina e os membros da procissão são forçados a mudar de uma marcha imponente para uma corrida louca para a igreja. Em seguida, o noivo é informado de que sua noiva fugiu. . . e é esta é a terceira vez que ela o fez.

O pai do noivo insiste em dizer que os presentes do casamento não serão devolvidos, e envia seu filho para acalmar os convidados. O noivo, Otto, é interpretado por Claude Allister, um ator de personagem de aparência bizarra que leva a multidão para uma canção assegurando-lhes que ele vai recuperar sua noiva, em "She'll Love Me and Like It". Este número é hilário, e aguça o apetite para ver mais o filme.

Em seguida, o filme mostra a noiva que é a Condessa Helene (Jeanette MacDonald), que, com sua empregada (ZaSu Pitts) entraram num trem sem se preocupar em descobrir para onde ela vai e nem ela tem tempo para tal, porque o objetivo era simplesmente fugir.

Depois de uma cena divertida com um condutor de trem, papel desempenhado pelo ex-comediante Billy Bevan , Jeanette define seu curso para chegar a Monte Carlo e depois senta em seu compartimento, olha feliz para fora da janela, e canta a canção mais famosa do filme, "Beyond the Blue Horizon".

http://www.youtube.com/watch?v=LHqzgcoHxMk

Essa seqüência é conhecida como um dos grandes números musicais da época, aquele que rompeu as convenções de teatro vinculado ao filme e de onde outros cineastas também partiram para novos empreendimentos. Aqui Lubitsch habilmente combina uma montagem de fotos de viagem, os sons ritmados do trem, e as cepas da orquestra com a voz de Jeanette MacDonald para criar um número verdadeiramente emocionante.

Infelizmente, uma vez que chega a Monte Carlo, de agora em diante, o filme perde a força constante e nunca mais recupera a alegria de propulsão dessas sequências de abertura. Talvez o famoso Lubitsch tenha vacilado neste caso, mas o maior fator individual que feriu o filme foi a escalação de Jack Buchanan como protagonista. Buchanan era uma estrela do palco popular em Londres, mas ele não era adequado como uma estrela de Hollywood, e seu desempenho neste filme demonstra o porquê. Ele é um homem magro, de voz anasalada e inteiramente satisfeito consigo mesmo para ser um acerto como um homem atraente, como o papel exigia. Entretanto, apesar dessas observações ele não anula o filme, com o seu jeito meio Charles Chaplin. Ele só não convence como um homem que faz uma mulher morrer de amor, como aparece no filme. Mas tudo bem, o filme é gracioso, leve, divertido e com uma música linda.

http://www.youtube.com/watch?v=vpeR-qXisu4

Buchanan deve ter sido um daqueles artistas como George M. Cohan ou Fanny Brice cujo magnetismo no palco de alguma forma não se traduziu no estrelato do cinema, pelo menos, não neste tipo de papel. Ele está ideal em "The Band Wagon" (1953), mas isso é um Jack Buchanan mais velho, mais maduro em um turno como personagem engraçado. Aqui, ele está muito desajeitado, e nenhuma de suas memoráveis canções são tão habilmente encenadas como Jeanette em "Beyond the Blue Horizon".

E interessante e talvez mais estranhamente, ele era conhecido na Inglaterra por sua dança e apesar desta sua habilidade não tem nenhum números de dança em todo o filme. Em vez disso, é dado a ele a mais exagerada música, que é um hino à barbearia chamada "Trimming' the Women" e junto aos seus amigos Armando e Paulo fazem um número bem afinado e divertido. Mais adiante quando Buchanan vira machão e dá ordens rispidamente a Jeanette, que deveria ser como assistir Franklin Pangborn desempenhar um sargento, soa falso e encenativo, pois ele não tem jeito para tal. Mas, talvez esse propósito de provocar riso seja a linha que norteou a direção do filme.

Jeanette MacDonald está encantadora, como sempre, mas não pode carregar o filme por si mesma. Ainda assim, mesmo se um homem diferente tivesse sido lançado no roteiro de Monte Carlo as cenas ficariam aquém em comparação com outros trabalhos mais polidos de Lubitsch.
Entretanto, isso não quer dizer que o filme seja malfeito, pelo contrário: ele é uma gema dos filmes musicais.

As Canções do Filme:

"Beyond The Blue Horizon" Música de Richard A. Whiting e W. Franke Harling
Letra Robin Leo
Cantada por Jeanette MacDonald

"Give Me A Moment Please"
Cantada por Jeanette MacDonald e Jack Buchanan

"Always in All Ways"Música de Richard A. Whiting e W. Franke Harling Letra de Robin Leo
Cantada por Jeanette MacDonald ans Jack Buchanan

"She'll Love Me and Like It"Música de Richard A. Whiting e W. Franke Harling
Letra de Robin Leo
Cantada por Jeanette MacDonald e Allister Claud

"Day of Days" Música de Richard A. Whiting e W. Franke Harling
Letra de Robin Leo
Cantado pelo coro

"Trimmin' the Women"Música de Richard A. Whiting e W. Franke Harling
Letra Robin Leo
Cantada por Jack Buchanan , John Roche e Brooke Tyler

"Whatever It Is, It's Grand"Música de Richard A. Whiting e W. Franke Harling
Letra de Robin Leo
Cantada por Jeanette MacDonald e Jack Buchanan

As canções do filme foram escritas por Richard Whiting e W. Franke Harling, com música sem créditos por Karl Hajos, Krumgold Sigmund e John Leipold. A mais conhecida e tida como a melhor canção no filme é "Beyond the Blue Horizon", de Richard Whiting e W. Franke Harling com letra de Leo Robin. A canção se tornou um hit imediato para Jeanette MacDonald no lançamento do filme e novamente em 1970, quando foi descoberta por Lou Christie.

São as canções do filme:"Give Me A Moment Please", "Always in All Ways","She'll Love Me and Like It", "Days of Days","Trimmin' the Women","Whatever It Is, It's Grand", além das já citadas.

Sinopse:
A Condessa Helene Mara está compromissada para se casar com o príncipe Otto von Seibenheim mas deixa-o sozinho no altar. Ela foge em um trem para Monte Carlo, situado na Riviera, e se hospeda em um elegante hotel. Quando chega ao cassino, um conde chamado Rudolph Falliere começa a gostar dela, mas se apresenta como um cabeleireiro. Ela se apaixona por ele, entretanto o empecilho da divisão de classes a proibe de um romance, por ele ser um plebeu.